Depois de mais de 3 anos usando Vim como IDE (Integrated Development Environment), migrando no
caminho para o Neovim com o shell zsh
, o gerenciador
Oh My Zsh e o tema
Powerlevel10k, percebi como eu
dependia dessas configurações e como as mesmas estavam totalmente desorganizadas. Resolvi então,
seguir os passos dos grandes mestres e criar o meu
repositório dotfiles.
No linux (mais especificamente em todos os sistemas baseados em Unix), todo arquivo cujo nome comece com o caracter ponto é tratado, automaticamente, como um arquivo oculto. Muitos programas (navegador, editor de texto, player de vídeo/áudio etc) armazenam as configurações do usuário em arquivos de texto puro, ou seja, editáveis e esses arquivos normalmente são dotfiles.
Por exemplo, na pasta home de um usuário comum em uma instalação Linux, podemos encontrar algo como:
~/.bashrc
sobre as configurações do shell bash~/.python_history
que é o histórico de comandos feitos no terminal python,~/.gitconfig
onde fica as configurações do gitOBS: Há inclusive pastas inteiras, com diversos arquivos, para as configurações de um único
programa. Você pode ver isso na pasta ~/.config
, por exemplo, ou ainda na pasta ~/.mozilla
,
caso utilize o navegador Firefox.
Depois de 10 anos usando Linux (e a propósito, eu uso Arch Linux, pra não deixar o
meme morrer), a “pira” de ficar
sempre instalando e configurando para mostrar que eu uso Arch, uma hora cansa. Quando lidamos
também com o ambiente de desenvolvimento, o trabalho é dobrado: configurar o git, emulador de
terminal, IDE etc. Mas meu maior motivador para criar o
meu próprio repositório foi o Vim.
Com a volta infelizmente do trabalho presencial, precisei desaposentar meu notebook. Como
troquei a SSD, precisei reinstalar o Linux e configurar todo meu ambiente. Isso me fez, inclusive,
perceber como determinadas configurações do meu Neovim estavam uma completa bagunça: plugins que
não usava mais, arquivos muito longos, edições que fiz no passado e não lembrava mais porque eu fiz.
Criar o seu próprio dotfiles não é apenas ter um repositório “de backup”, mas uma espaço de
documentação e organização.
Não pretendia explicar aqui como criar o seu repositório dotfiles, com um passo-a-passo ou algo assim, mas expor minha experiência e, quem sabe, motivá-lo a fazer o seu. Trata-se de algo muito pessoal já que guarda as suas configurações, suas preferências. Segue abaixo alguns tutoriais que me ajudaram bastante:
Cuidado: Não recomendo utilizar o dotfiles de terceiros, mas fique a vontade para consultar o que fiz (e pretendo continuar atualizando), disponível aqui.
Por agora, é isso.